Nas vésperas do Dia do Economista, comemorado no dia 13 de agosto, o coordenador do Curso de Ciências Econômicas da FAHOR, economista Stephan Sawitzki compartilha sua análise referente a queda do índice da taxa de juros, ocorrida no mês de agosto.

Muito se fala e se discute sobre taxa básica de juros, mas na verdade, poucas pessoas sabem realmente o que isso significa e para que a Taxa Selic é utilizada. “Em primeiro lugar, é importante salientar que o principal propósito da Selic é ser instrumento de política monetária, seja para controlar a inflação, seja para alavancar crescimento econômico. Claro, escolas econômicas diferentes têm visões diferentes sobre o real impacto que isso pode gerar”, esclarece o professor.

Fugindo do aspecto de política monetária, o que realmente significa a alteração na taxa básica de juros e como isso pode afetar a nossa vida? Acompanhe a análise do professor:

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“Como quase todos devem saber, a taxa de juros no Brasil está acima de 13% ao ano, há muitos meses. E é preciso avaliar isso por dois ângulos: o do investidor e o do tomador de recurso.

Para o investidor, essa taxa de juros elevada aliada a uma inflação relativamente baixa, gera um ganho real significativo, acima da média dos últimos anos no que tange investimentos em renda fixa, indexadas ao CDI ou Selic. Já para o tomador de recurso, a taxa chega a ser proibitiva, visto que o custo de oportunidade do capital se torna muito alto. Os tomadores de recursos vêm sofrendo bastante por esse motivo, o que impacta a velocidade e robustez do crescimento econômico. 

Com a redução dos juros, o que já aconteceu na última reunião do Copom, que trouxe a taxa de 13,75% a.a. para 13,25% a.a,  o olhar em relação aos produtos financeiros começa a mudar. Segundo relatório Focul, em 2024 a taxa deve chegar a 9% ao ano. Isso significa uma redução de mais de 30% na taxa de juros. O que isso significa?

Significa que na ponta do lápis, para quem precisa tomar recurso, o cenário será muito mais positivo, a tomada de crédito deve ser alavancada o que deverá animar um pouco a economia. Por outro lado, o investidor, terá que buscar novas alternativas de investimento, terá que tomar mais risco a fim de manter a rentabilidade dos investimentos elevada.

Basicamente, toda alteração nos juros, hora beneficia o investidor, hora beneficia o tomador de recurso. Isso são os ciclos econômicos e por isso devemos ter uma compreensão desses ciclos para tomarmos sempre, as decisões mais racionais”.

 

Stephan Sawitzki

Economista

Mestre em Gestão de Organizações e Desenvolvimento

Agente de investimentos